segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Universidade de Verão marca rentrée política




A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, acusou hoje o Governo de ter "uma máquina de comunicação e de acção pouco democrática" e de procurar controlar os cargos públicos, deixando o Estado "muito vulnerável à corrupção".

No seu discurso na "rentrée" política do PSD, no encerramento da Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Portalegre, Ferreira Leite considerou que "Portugal está longe de beneficiar da democracia na sua plenitude" e propôs-se contribuir para a sua consolidação e "libertar o país e as instituições do sectarismo partidário".

A presidente do PSD começou por dizer que "o Governo gasta imensa energia e recursos a tratar da comunicação e imagem". "O objectivo é enganar-nos", acrescentou.

"Este clima de mistificação só tem sido possível porque está apoiado por uma máquina de comunicação e de acção pouco democrática", concluiu.

Segundo a presidente do PSD, "são cada vez mais abafadas as vozes dos que sabem que isto não vai bem, mas que não podem falar muito alto porque há uma impressionante máquina socialista que controla, que persegue, que corta apoios, que gere favores ou simplesmente que demite".

"Na Administração Pública, na vida económica, no associativismo, nos mais variados sectores podemos recolher testemunhos e exemplos deum clima antidemocrático, pouco saudável", reforçou.

De acordo com Manuela Ferreira Leite, a reforma da Administração Pública "serviu para adaptar a máquina aos interesses do PS, completando silenciosamente uma operação em grande escala do controlo político dos cargos da Administração Pública".

"Sem uma nova cultura de responsabilidade, mérito e isenção", salientou, "o Estado é muito vulnerável à corrupção, ao tráfico de influências e ao enriquecimento ilícito".

"Governo falhou perigosamente na segurança interna"
Manuela Ferreira Leite lancou ainda críticas sobre a área da segurança e considerou que "o Governo falhou perigosamente no âmbito da segurança interna", por falta de estratégia, e acusou-o de ter encenado uma operação em "bairros problemáticos", demonstrando "insensibilidade social".

"O Governo falhou perigosamente no âmbito da segurança interna, onde é patente a falta de uma estratégia sistemática e coerente capaz de assegurar com a desejável eficácia a realização dos fins mais essenciais do Estado: a segurança, a justiça e a tranquilidade dos cidadãos", declarou.

"Os acontecimentos dos meses de Verão tornaram patente essa falta de estratégia", acrescentou, referindo "o aumento de certo tipo de crimes violentos, pouco habituais na sociedade portuguesa".

De acordo com a presidente do PSD, "não é apenas uma questão de meios nem de número de agentes: é essencialmente uma questão de como esses meios estão a ser utilizados e de como os recursos humanos são organizados e coordenados".

"Esta estratégia cabe, em particular, ao ministro da Administração Interna", sublinhou, criticando em seguida Rui Pereira por não ter dito "como iria reforçar a capacidade de investigação, de informação e de penetração de polícias".

Manuela Ferreira Leite criticou também o ministro Rui Pereira por ter permitido uma operação policial que não passou de um "espectáculo".

"Como é possível que o ministro da Administração Interna admita que se organize uma operação policial destinada a passar em directo na televisão, escolhendo o terreno tristemente emblemático dos bairros problemáticos, sacrificando a um momento mediático a necessária pacificação e acalmia nas zonas de maior tensão?", questionou.

Segundo a presidente do PSD, "para um Governo que diz ter preocupações sociais, não podia ter mostrado maior insensibilidade" social. "Mais uma vez se viu que o Governo não sabe actuar fora do espaço do espectáculo e do mediatismo", sustentou.

Manuela Ferreira Leite sublinhou "a sensação de impunidade dos criminosos", dizendo que "não pode instalar-se". A presidente do PSD fez questão, contudo, de elogiar as forças de segurança, considerando que "têm correspondido com um sentido de missão e responsabilidade que é de salientar", face "ao desnorte do Governo".

Ferreira Leite promete "política económica diametralmente oposta"
Se vencer as legislativas de 2009, a prioridade da sua política económica "será para a competitividade da economia, para a produtividade e criatividade empresarial, removendo custos e obstáculos à eficiência das pequenas e médias empresas".

"É imperioso reduzir os custos operacionais, aliviar a carga burocrática, reduzir a fiscalidade ligada à criação de emprego e apoiar a exportação",defendeu no seu discurso que encerrou a Universidade de Verão do PSD, em Castelo de Vide, Portalegre.

Manuela Ferreira Leite terminou a sua intervenção afirmando que "do Governo do PS não resultou qualquer benefício para o país" e prometeu que do seu "resultará o progresso".

A presidente do PSD sustentou que os socialistas conduziram uma política económica de "concepções centralizadoras e falsamente proteccionistas" e acusou o Governo de ter "destruído muitos milhares de postos de trabalho, ao destruir a competitividade da economia".

"O PS canalizou recursos para projectos sem rentabilidade ou justificação e vai deixar o país endividado como nunca e sem perspectivas de ultrapassar a estagnação, como o próprio primeiro-ministro confidenciou recentemente a um presidente estrangeiro", referiu Manuela Ferreira Leite, que prometeu não desistir de "conhecer e avaliar os critérios" que levaram a "decisões sobre grandes obras públicas".

"O PSD propõe uma política económica diametralmente oposta, que conduza ao enriquecimento do país", disse. "É no emprego que a política económica que defendemos melhor mostrará os seus resultados", adiantou. A sua política económica estará "atenta à escassez de recursos e ao seu custo" e terá uma "atenção crescente à poupança", disse ainda Ferreira Leite.

Manuela Ferreira Leite frisou que vai concentrar-se "apenas nas questões que verdadeiramente preocupam os portugueses" e "deixar que outros se entretenham a discutir temas que não afectam minimamente o dia-a-dia das pessoas".

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