sexta-feira, 30 de abril de 2010

Conferência Internacional: os desafios de futuro da Educação em Portugal


A JSD – Juventude Social-Democrata, pretende realizar no próximo dia 22 de Maio um congresso subordinado ao tema da Educação.

Tal iniciativa pretende assumir-se como um momento alto de apresentação, discussão e formulação de conclusões sobre matérias relacionadas com política educativa desde o Ensino Básico ao Ensino Superior em Portugal, considerando a implementação de políticas no sector e as principais tendências internacionais de práticas a adoptar.

Este será também um contributo pró-activo da JSD para a realização de mais uma iniciativa a fim de promover a discussão e a tomada de posição de todos os actores do processo educativo e no Ensino Superior.

Deste modo a realização deste congresso direccionava-se em especial para militantes da JSD, assim como para jovens líderes de estruturas representativas de associações de estudantes e associações académicas, responsáveis de instituições de Ensino, Docentes, líderes políticos, representantes nos órgãos de gestão das Instituições de Ensino Superior, e todos aqueles que se interessam e por matérias relacionadas com política educativa.

A realização do congresso integra-se na missão da JSD e na sua moção de Estratégia Global procurando fazer cumprir o compromisso assumido pela presente Comissão Politica Nacional de eleger a Educação como sua prioridade.


Congresso da Educação
Conferência Internacional: os desafios de futuro da Educação em Portugal

Temas:

1. Analise e diagnostico da realidade da Educação

2. Uma reforma do Ensino Superior como garantia de sucesso no processo deformação.

3. Gestão e Governação do Ensino Superior – aumento da acessibilidade na Educação Superior



4. Apresentação de propostas e perspectivas da JSD sobre o Educação





Faz a tua pré-inscrição através do email

congressodaeducacao@jsd.pt

sábado, 24 de abril de 2010

Jorge Costa eleito tesoureiro do PSD Distrital de Braga


Jorge Costa foi eleito tesoureiro do PSD Distrital de Braga, nas eleições que decorreram ontem para os órgãos do PSD Distrital de Braga.
Lembre-se que a única lista que foi a sufrágio era liderada pelo Dr. Paulo Cunha, tendo sido eleito presidente do PSD Distrital de Braga. Foram também eleitos, a actual líder parlamentar do PSD, Miguel Macedo, para a Mesa da Assembleia Distrital e o vimaranense Vítor Borges para o Conselho de Jurisdição Distrital.
É com orgulho portanto que a JSD Fafe, vê o nosso concelho tão bem representado.
Desejamos assim a todos os órgãos eleitos um bom trabalho!

Eugénio Marinho é o novo líder do PSD Fafe


Decorreram ontem as eleições para a Comissão Política concelhia e mesa da assembleia do PSD Fafe, que elegeram o Dr. Eugénio Marinho o novo presidente do PSD Fafe e o Dr. José Augusto Rodrigues, presidente da mesa da Assembleia de secção.
Numa eleição, que ficou marcada pela forte afluência dos militantes, apesar de se apresentarem a sufrágio listas únicas para cada um dos órgãos.
Eugénio Marinho, pretende devolver ao partido a confiança dos fafenses, que passa por o desenvolvimento de um projecto que desperte a população para causas, que motivem e que sejam aliciantes do ponto de vista do interesse. Segundo este, o novo projecto pretende servir Fafe e os fafenses, dando o exemplo que Pedro Passos Coelho, actual líder do Partido Social Democrata está a dar.
De entre as prioridades deste projecto, destaca-se o combate ao desemprego e pobreza no concelho, criação de políticas de juventude mais concretas, impedir a degradação do solar da luz, para que nele seja instalado uma pousada que se integre na Rede Nacional de Pousadas, devolver ao fafenses o hospital, que segundo Eugénio Marinho é "hoje um espaço morto, sem adição, sem objectivos", "reflexo dos escombros da responsabilidade dos socialista que falam na construção de um novo edifício quando o que é preciso são valências, recursos humanos, recursos técnicos e fidelidade de todos".
Eugénio Marinho pretende assim mobilizar a sociedade para um projecto credível para Fafe, que rompa com os vícios instalados e a falta de ideias, fruto de 30 anos de poder socialista inoperante.

domingo, 18 de abril de 2010

Um Novo Projecto para o desenvolvimento de Fafe


Realizou-se ontem pelas 18 horas, na biblioteca Municipal, a apresentação da candidatura do Dr. Eugénio Marinho à Presidência da Comissão Política Concelhia.
Foram muitos os militantes e simpatizantes que marcaram presença na apresentação desta candidatura que alberga todas as sensibilidades do Partido.Contou também com a presença do Dr. Paulo Cunha, candidato único ao PSD Distrital de Braga e do Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, Dr. Joaquim Mota e Silva.
Foi possível ouvir os projectos que o Dr. Eugénio Marinho tem para o partido e para Fafe, bem como conhecer aquela que será a equipa que o acompanhará.
As eleições realizam-se dia 23 de Abril, juntamente com as eleições para o PSD Distrital, das 19 horas às 23 horas, na sede do PSD Fafe.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

JSD apresenta Formação Sub18


A Juventude Social Democrata reforçou a sua aposta na formação política. Depois do sucesso das Universidades de Verão, do Poder Local e da Europa, a JSD voltou a inovar e apresenta agora um workshop sobre política que pretende levar a todas as escolas secundárias do país e que é dirigido em especial à comunidade Sub 18.

O objectivo deste workshop é explicar aos mais jovens "O que é a política" e "Para que serve a política!".

Para muitos jovens, a política hoje é uma coisa chata, desinteressante, cheia de más intenções, mesmo até nojenta, que só se faz por interesse etc etc. Com este projecto, a JSD pretende demonstrar que há um lado nobre na política, que há uma outra política além daquela que vemos nos telejornais, que ouvimos no café e que infelizmentre tem sido cada vez mais frequente nos políticos em geral.

Queremos através deste workshop demonstrar aos estudantes portugueses que fazer política é debater, é participar, é tomar decisões e fazer opções, é organizar a vida em sociedade e tentar melhorar a qualidade de vida das pessoas.
Este workshop consiste em colocar os jovens/audiência perante três situações em que terão de assumir um papel interveniente no processo, como:

- Decisores e membros da Direcção de uma Associação de Estudantes;

- Cidadãos com direito de voto numas eleições municipais;

- Cidadãos que querem defender uma causa;


Pelo seu envolvimento, os jovens participam activamente num processo político em três niveis diferentes de envolvimento que lhes permitirá debater, tomar decisões e votar ou apoiar uma causa.

O objectivo final deste workshop é apelar aos mais jovens para que participem mais na vida do mundo que nos rodeia, seja através de partidos políticos, de ONG´s, de associações locais de carácter social, sectorial, ambiental, das autarquias, da internet, entre muitos outros que hoje estão à distäncia de um clique ou de um simples email.

Se quiseres saber mais pormenores sobre a Formação Sub18 vai a www.euparticipo.eu

Se queres organizar um workshop sobre política na tua escola, contacta-nos para o e-mail: info@jsd.pt.

A JSD defende que participar no processo político é um exercício de cidadania. Defendemos que não participar é deixar os outros decidirem por nós.

DESAFIOS: (PARA) UM NOVO PORTUGAL


O PSD terá que ser um partido novo para um tempo novo.

Esta Proposta Temática da JSD pretende ser um contributo para isso mesmo.


Sem pretender tocar todos os temas importantes para a Política e a Governação do País, nesta Proposta Temática a JSD avança com vários desafios que são particularmente importantes e/ou prioritários para os jovens portugueses.


Esta Proposta Temática não é, nem pretende ser, uma Moção de Estratégia Global para a Governação do País ou do Partido, mas o elenco de algumas questões e desafios que, segundo a JSD, o PSD deve enfrentar e resolver na construção do tal caminho alternativo, essa Nova Narrativa Social.


Assim, nesta Proposta Temática, a JSD apresenta vários desafios desde logo para a governação do País, mas também para o próprio Partido Social Democrata (não que o País ganhe e se mude com reformas internas; mas porque só é possível servir Portugal como este precisa se o Partido estiver no seu melhor).


Esta proposta temática divide-se, portanto, em duas partes: a primeira com os desafios para as políticas de governação de Portugal; a segunda com desafios para a refundação tão necessária do PSD.


Muitos dos desafios lançados nesta moção correspondem, aliás, a ideias que a JSD tem vindo a defender e que tiveram também voz nas questões colocadas pela JSD aos candidatos a Presidente do PSD durante a recente campanha eleitoral interna e cujas respostas dos candidatos a JSD divulgou publicamente.


Ver Moção : http://www.jsd.pt/documentos/12706519502028311491.pdf

sábado, 3 de abril de 2010

Pedro Passos Coelho. Um miúdo sério à solta no PSD


Só escreveu um discurso em toda a sua vida. As outras centenas, na Assembleia da República, nas comissões políticas, nos congressos, fê-los todos - mesmo todos - de improviso. E já fez centenas de discursos, intervenções, interpelações e declarações. Pedro Passos Coelho começou cedo na política. Era um menino sério, "um parvo" diziam às vezes os seus amigos do liceu Camilo Castelo Branco, em Vila Real, que não compreendiam por que raio de razão o Pedrocas gostava mais de falar com os amigos do pai do que com eles. O Tintin, o Zorro e o Mandrake passaram-lhe depressa. Mas, vamos ao início,

Pedro Manuel Mamede Passos Coelho nasceu em Coimbra em 24 de Julho de 1964. Os pais eram de Trás-os-Montes, família de pequenos industriais de madeira. O seu pai, António Passos Coelho, 84 anos, é médico pneumologista e foi dirigente do PSD em Vila Real. E chegou aos órgãos nacionais do partido no tempo de Sá Carneiro, conta um amigo.

A liberdade africana António Passos Coelho abandonou a direcção do sanatório do Caramulo e foi para Angola, levando com ele a família: a mulher e os filhos, Teresa, Paulino e Pedro. "Em África fui sempre um miúdo à solta", conta Passos no seu livro Mudar. Pedro saía de manhã, almoçava numa cubata, brincava com os meninos tuberculosos, lanchava noutra cubata e ia brincando, até outra família lhe dar jantar numa outra cubata. Assim, com seis anos, aparecia em casa pelas nove da noite. Já nessa altura Pedro Passos não tinha medo.

Foi em Silva Porto, capital do Bié, que se iniciou nas tertúlias do pai. Assistia às conversas entre o pneumologista, o director do hospital, o delegado de saúde, o intendente, o administrador e o próprio governador. Ouvia e aprendia. Ainda hoje tem a mania que é médico. "Faz diagnóstico e automedica-se", brincam os amigos. Em Silva Porto, Pedro não gostou do colégio de freiras em que fora matriculado. Descreve-o assim no seu livro: "Era preciso, antes da aula, passar pela capela, onde se tinha de estar de penitência, de braços abertos. Isto, para uma criança de seis anos, era uma coisa insuportável. Não gostei nada daquilo, do ambiente, dos medos que incutiam às crianças, monstros, diabos, infernos."

Teimoso, conseguiu que os pais o mudassem para a escola pública, que ficava mesmo ao lado de casa. Saltava o muro do jardim e estava no pátio da escola. Fez a terceira classe na cama, atacado por doença renal aguda. Entretanto, entrara para os Maristas. Mas ali a religião não era obrigatória e não havia monstros nem medos. Pedro lembra-se do exame da quarta classe, nos Maristas. "O meu pai ofereceu-me uma caneta de tinta permanente para fazer o exame escrito. Recordo-me também de ter feito as orais: geografia, matemática e português". A primeira personalidade que o impressionou foi a de António Soares Carneiro, então major, que também falou de improviso durante toda a sua vida. "Aquele homem não se repetia" escreve Passos, que aos 16 anos colaborou na campanha presidencial do general.



regressa a Trás-os-Montes deixando para trás o pai, que havia de reunir-se à família em 1975, já depois da independência de Angola. O choque de trocar as planícies africanas pela aldeia de Valnogueiras, Vila Real, misturou-se, na cabeça de Passos Coelho com a estranha surpresa de viver numa aldeia belíssima mas escura e triste. Sem electricidade, nem saneamento, nem água canalizada, nem televisão. Nem pretos. Para quem crescera na capital do Bié e convivera diariamente com pessoas de outra cor, a diferença era assinalável.

Passos Coelho não é racista. Aliás, casou há sete anos com Laura, com quem teve a sua terceira filha, Júlia, agora com três anos. Fisioterapeuta, Laura é guineense mas está habituada a passar por cabo-verdiana porque "as pessoas pensam que todos os guineenses são pretos retintos", diz bem-humorada. E Laura é bastante clara. De pele também. E simpática, diga-se. Do seu anterior casamento, com Fátima Padinha - a Fá das Doce - tinha já duas filhas, Joana e Catarina. Pedro Passos é um pai dedicado. Sempre fez questão de dar banho às filhas e de brincar com elas. E não poucas vezes é ele quem dá o jantar "à garotada toda", como costuma dizer.

Da aldeia do avô, a família mudou-se para Vila Real. Por pouco Pedro não teve como professor o famoso Padre Max, morto durante o Processo Revolucionário Em Curso (PREC). O padre da UDP dava aulas de francês ao Tó Mané, um dos colegas de quem Pedro ficaria amigo. Tó Mané, ou melhor, António Manuel Correia Dias, hoje empresário de sucesso em Vila Real, tem mais três anos do que Pedro. Fala do miúdo que viera de Angola e tinha o descaramento de concorrer à associação de estudantes contra os mais velhos. E de ganhar. Vila Real era palco de uma guerra política extremada naqueles tempos revolucionários. "Até Franck Carlucci, [antigo director da CIA e depois embaixador dos Estados Unidos da América em Lisboa], lá foi", lembra Correia Dias. "Não sei de onde lhe vinha aquela postura. Ele andava sempre com pessoas mais velhas. Cresceu muito mais depressa do que nós. E sempre soube o que queria: queria ir para Lisboa", diz Tó Mané. E reforça "o Pedro era visto pelas pessoas como um 'jovem adulto', não como um miúdo, mesmo aos 15 anos!" O amigo conta que Pedro tinha mais de 20 apaixonadas "as transmontanas não são cegas!". Nem suspeitou de muitas delas. Teve a primeira namorada aos 16. Ela tinha 20 anos. "O discurso dele era muito adulto. E gostava mesmo de acompanhar pessoas mais velhas.", lembra Correia Dias.

Outro que se lembra bem de Passos é o antigo jornalista Alexandre Parafita, que trabalhou em "O Comércio do Porto" e dirigiu o semanário transmontano "A Região". Foi lá que Parafita escreveu um curto artigo sobre o jovem vila-realense, estudante de Matemática, que acabara de ser eleito Secretário-Geral da JSD. O título era: "Pedro Passos Coelho, um jovem que promete..." Alexandre Parafita diz que tentou levar Pedro para o jornalismo, "aproveitando as suas qualidades vocais, que já então eram notáveis". O rapaz, porém queria era a política.

E foi a politica que o trouxe a Lisboa Veio para estudar Matemática. Mas a JSD tomava-lhe todo o tempo. Foi secretário-geral aos 20, e presidente aos 26. Eleito deputado em 1991, viria a integrar a Comissão Política Nacional (CPN) do PSD de Cavaco Silva. Muitos se lembram de o jovem Pedro ter feito frente a Cavaco Silva. Um dos motivos era a política de Educação. Era então ministra, curiosamente, Manuela Ferreira Leite. Passos Coelho teve como secretário-geral Miguel Relvas, que ainda hoje é o seu braço direito. Mas havia outros. Como Jorge Moreira da Silva, que também foi seu secretário-geral e lhe sucedeu na após três mandatos na Jota. Entre os seus companheiros contou-se Pedro Pinto, outro antigo presidente da JSD que muito ajudou Pedro nesta campanha interna. E Jorge Paulo Roque da Cunha, médico, que esteve com Pedro Passos nas bancadas do Parlamento. Um dos episódios em que Passos mostrou a sua frieza passou-se com o seu amigo Luís Nobre, hoje advogado. Manuel Dias Loureiro, então braço direito de Cavaco Silva no PSD, apresentou a Passos e lista da CPN a qual incluía apenas um representante da JSD, o próprio Pedro. Passos foi inflexível: ou Luís Nobre entrava na lista ou ele saía. A lista, que já estava pronta, foi mesmo alterada. E ninguém soube que houvera um braço de ferro e que este fora ganho por Passos. A mesma discrição foi usada, muitos mais tarde, quando abandonou a CPN presidida por Marques Mendes. Passos deixou de ser vice-presidente e ninguém soube os motivos pelos quais se zangara com Mendes. Mais: ninguém chegou a saber que se zangara, mas apenas que saíra. Manteve a lealdade até ao fim. Sem comentários. Outro episódio que retrata bem Pedro Passos é a sua recusa de receber a subvenção vitalícia da Assembleia. Foi o único deputado que a recusou. E fê-lo por uma questão de princípio.

de professor a administrador Quando abandonou o Parlamento, em 1999, decidira terminar a Faculdade. Mudou de Matemática para Economia, que terminou como melhor aluno, com média de 16. Ainda no Norte vir para Lisboa dera aulas de matemática em Vila Pouca de Aguiar. Em Lisboa, foi consultor da Tecnoforma. Daí passou para a Quimibro, uma empresa da área química que fazia uma incursão na área imobiliária. Esteve na Tecnoforma e entrou em 2000 no grupo Tecninveste, onde preside a várias associadas. Acumulou o trabalho com a docente de Economia Aplicada. "Não perco tempo com o que é acessório, só com o que é importante". Mas, com o importante, perde muito tempo. "A política nunca acaba às seis ou às sete horas!" E há muitas coisas na política em que é preciso perder tempo.

O miúdo que há 40 anos saía de casa de manhã e aparecia de noite não mudou de feitio. Continua determinado, leal, livre e destemido. Defeitos, não tem? Sim, diz quem melhor o conhece: é teimoso, formal no trato e distante. "E quando se aborrece isola-se muito". Ficam as palavras do amigo Tó Mané: "Ele acredita mesmo que vai mudar isto. Nosso Senhor o ajude".

Inês Serra Lopes, Publicado em 03 de Abril de 2010

http://www.ionline.pt/conteudo/53750-pedro-passos-coelho-um-miudo-serio--solta-no-psd

Pedro é fixe ou fracturante?


O novo líder é a favor da adopção por casais gay e sabe que a dita família tradicional acabou.

A mudança radical que ocorreu no PSD há uma semana tem passado despercebida. Pela primeira vez na sua história, o partido social-democrata elegeu um líder não católico que defende, por exemplo, a adopção por casais homossexuais - uma ideia que o governo Sócrates vetou por recear uma espécie de alarme social. Pedro Passos Coelho já tinha sido favorável à despenalização do aborto, admitiu a liberalização das drogas e atacou o Presidente da República por causa do veto à lei do divórcio de Sócrates. Também para Passos Coelho, a idealizada família tradicional não é um dogma - existem várias famílias.

Mas as opções pessoais do novo líder contagiarão um partido que ao longo da sua história tem alinhado com as ideias mais conservadoras nos costumes? "Pedro Passos Coelho nunca fez dessas ideias causas políticas. Ele não tenta impô-las à sociedade e é por isso que o partido respeita a posição dele", afirma ao i um amigo e colaborador próximo, concorrendo para a ideia de que, neste capítulo, dificilmente o PSD mudará do dia para a noite.

Em entrevista ao i, Passos Coelho defendeu a adopção por casais homossexuais, considerando que a lei aprovada pela Assembleia da República corre o risco de ser inconstitucional por proibir expressamente que os gays e as lésbicas casadas adoptem. Curiosamente, essa questão não suscita dúvidas constitucionais a Cavaco Silva, que enviou a lei para o Tribunal Constitucional, sem questionar a proibição da adopção.

Ora, para o novo líder do PSD, "a homossexualidade ou a heterossexualidade não tem de ser um critério para a adopção. Quando avaliamos as condições em que determinada pessoa deve poder adoptar, o critério não é saber qual é a sua orientação sexual. Deve ser saber se tem ou não tem condições de estabilidade emocional, maturidade, autonomia financeira". Esta posição de Passos Coelho é partilhada por Paula Teixeira da Cruz, que o novo líder chamou para fazer a proposta de revisão do novo programa do PSD.

Ninguém esperará ver Pedro Passos Coelho a subscrever a famosa frase de Manuela Ferreira Leite - "o casamento tem como objectivo a procriação" - e que fez as delícias do PS na última campanha eleitoral. O argumento do "passadismo" nos costumes não poderá mais ser utilizado pelo PS contra o PSD. Tal como Sócrates, Pedro Passos Coelho assumiu ter fumado um charro. "Tinha talvez os meus 16, 17 anos. Estava num grupo de amigos, passaram-me um cigarro, eu não sabia o que era. Fumei, não gostei do sabor. Percebi depois pelos comentários que era qualquer outra coisa. Não fumei enganado, nem estou a desculpar-me! Não tenho nenhum problema em ter fumado! Eu comecei a fumar cigarros em minha casa sem ter pedido autorização a ninguém...", disse na recente entrevista ao i.

Apesar de ter excluído qualquer matéria fracturante do seu livro "Mudar", Pedro Passos Coelho defendeu, num encontro com blogueres antes da campanha para as directas, que as vias convencionais de combate à droga não estão a funcionar, admitindo as propostas de descriminalizar do consumo e liberalizar a sua venda, se houver um acordo alargado entre Estados. Esta posição anti-proibicionista é há vários anos defendida por Paulo Teixeira Pinto, que Passos Coelho escolheu para seu presidente da Comissão de Honra.

Mas o corte epistemológico entre os dois PSD - o conservador e o passista-liberal - ficou evidente quando o Presidente da República decidiu vetar a nova lei do divórcio, que facilitou os trâmites da dissolução do casamento e aboliu a identificação de "culpas".

"Tenho muita pena que o Presidente da República tenha vetado a lei do divórcio, sobretudo com aqueles argumentos", disse na altura o ex-candidato à liderança do PSD, em declarações ao "Diário de Notícias." Para Passos Coelho, que defendeu a lei, "os argumentos que foram produzidos pelo Presidente da República traduzem uma concepção da família e da sociedade que está um pouco ultrapassada".

O Presidente da República, católico, sempre foi um conservador nos costumes. Em 1993, fez um famoso discurso em defesa dos valores da família tradicional que foi muito criticado dentro do seu partido, nomeadamente por Pacheco Pereira. Marcelo Rebelo de Sousa também é profundamente católico - é a ele que o país "deve" o atraso na despenalização do aborto, quando forçou a realização do referendo e convenceu o católico Guterres, que se preparava para aceitar que a maioria PS-PCP no parlamento aprovasse a lei. Durão Barroso, Santana Lopes, Marques Mendes e Luís Filipe Menezes são menos conservadores, mas mantiveram a linha. Manuela é autora da frase: "Casamento é casamento, outra coisa é outra coisa".


Ana Sá Lopes, Publicado em 02 de Abril de 2010


http://www.ionline.pt/conteudo/53657-pedro-e-fixe-ou-fracturante