segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Ensino Superior recebe número recorde de alunos na primeira fase


Pelo terceiro ano consecutivo, o número de alunos a entrar na 1.ª fase de candidatura ao ensino superior aumentou e atingiu o valor recorde de 44.336. São mais seis por cento do que no ano anterior, quando ingressaram quase 42 mil caloiros. Os resultados são afixados amanhã mas podem ser consultados através do site da Direcção-Geral do Ensino Superior desde as 00h00 de hoje. O PÚBLICO também divulga as listas com o número de vagas sobrantes e nota do último colocado em cada um dos cursos (ver link).

Ainda que a subida não seja tão grande como a verificada em 2007, este é o valor mais alto dos últimos 12 anos (data a partir da qual estão disponíveis as estatísticas do ministério). Não que seja propriamente uma surpresa, já que tanto os candidatos como as vagas, propostas pelas instituições de ensino superior e autorizadas pela tutela, também tinham aumentado. No caso da oferta disponível nas universidades e politécnicos públicos, nunca como em 2008 tinham aberto tantos lugares: mais de 50 mil.

Contas feitas, 83,5 por cento dos alunos que se candidataram ao superior conseguiram colocação. A maioria (53 por cento) no curso da sua primeira escolha. Mas houve 8726 que falharam o objectivo.

A maior subida relativa de colocados aconteceu nos institutos politécnicos, mas são ainda as universidades que mais novos alunos recebem, revelam os dados do Ministério da Ciência e do Ensino Superior. Ao todo, 699 dos 1068 cursos existentes esgotaram a sua oferta nesta fase.

Ou seja, há ainda muito por escolher para os que não conseguiram um lugar. Mais de uma centena de cursos atraíram menos de 10 caloiros e 237 não chegaram aos vinte, o limite definido pelo ministério para continuar a financiar o curso (com algumas excepções em áreas específicas).

Licenciaturas desertas

Há ainda seis formações que ficaram desertas, como é o caso da licenciatura em Restauração e Catering na Escola Superior de Turismo e Telecomunicações de Seia do Politécnico da Guarda e outras na área das engenharias e em regime pós-laboral.

Tudo somado, a 2.ª fase do concurso vai contar com pelo menos 5917 vagas que sobraram desta etapa.

É claro que nem todas as formações têm ainda lugares. As cobiçadas licenciaturas de Medicina, Medicina Dentária, Ciências Farmacêuticas, Arquitectura, Direito ou Economia esgotaram já a sua capacidade. A menos que algum dos colocados não se inscreva e liberte assim um lugar para a 2.ª fase do concurso.

Quanto a médias de entrada e com as atenções sempre centradas em Medicina, refira-se que a nota mais baixa de ingresso (registada na Universidade da Madeira) subiu ligeiramente (de 177,5 para 179, numa escala de 0 a 200). Nos nove cursos em funcionamento, houve cinco que viram as suas já elevadíssimas médias de entrada aumentar e quatro descer.




A Faculdade de Medicina da Universidade do Porto foi uma delas mas continua a liderar a lista dos cursos que exigem notas mais altas: ninguém entrou com menos de 185,2 de média.

Médias superiores a 17

A lista divulgada pelo MCTES permite ainda concluir que há 34 formações com médias de entrada superiores a 17 valores, com os cursos na área da Saúde em maioria. Criminologia (174 valores) e Engenharia Aeroespacial (175,7 valores) são outros exemplos de licenciaturas muito cobiçadas.

No extremo oposto da tabela encontram-se os únicos dois cursos onde houve alunos a entrar com média abaixo dos 100 valores: Engenharia Electrotécnica e de Computadores no Politécnico de Setúbal e Educação Básica no Politécnico de Bragança.

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