quinta-feira, 4 de junho de 2009

Governantes sem noção de questões educativas


A ministra, os secretários de Estado da Educação e o primeiro-ministro são governantes sem “noção nenhuma” das questões educativas. A constatação foi vincada pelo cabeça-de-lista do PSD às eleições europeias, Paulo Rangel, num encontro com cerca de 300 professores. Com José Manuel Fernandes como anfitrião, o evento ficou marcado pela grande adesão de docentes e diversos agentes educativos das mais diferentes sensibilidades políticas.
Paulo Rangel foi particularmente cáustico com o actual Governo. “Vi logo que havia ali um erro crasso nesta ministra, que é uma pessoa que não tem noção nenhuma do assunto com que estava a lidar. Nem ela, nem os secretários de Estado e muito menos o primeiro-ministro, porque ele também fala com um desconhecimento de causa que é assustador para um primeiro-ministro”, declarou.
O cabeça-de-lista social-democrata assumiu-se a favor de um sistema misto na educação mas considera que no curto prazo não há condições para o aplicar.
Para Paulo Rangel, “o PSD é, em tese, defensor de uma total igualdade entre o ensino privado e o ensino público” mas uma proposta política não pode ter em conta “apenas os princípios”.
“Temos de ser realistas. Atendendo à situação do país, nós entendemos que, neste momento, não pode haver uma paridade de condições. A prioridade tem de ser a escola pública. O ideal seria que cada pessoa escolhesse a escola para onde ia, até a própria escola pública, poder escolher esta e não aquela. Mas provavelmente nós temos de lidar com os meios que temos e com a realidade que temos”, disse.
Em seu entender, “não vale a pena estar a dizer que adoraria que houvesse um cheque ensino e que cada família escolhesse a sua escola livremente, quando se sabe que não há condições efectivas para o fazer no curto prazo e, portanto, que isso é, no fundo, uma quimera”.
No entanto, frisou que “não é verdade nenhuma” que o PSD seja “contra a escola pública” ou que queira “privatizar tudo. Isso não é verdade nenhuma, não queremos privatizar nada, nem a saúde. O que nós não somos é contra a iniciativa privada”.

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