terça-feira, 2 de junho de 2009

Enchente em Barcelos para Festa Laranja


Uma mobilização em massa juntou em Barcelos 3500 social-democratas, que lotaram o Pavilhão Municipal, num comício emotivo e aceso, onde a líder do PSD, Manuela Ferreira Leite viu um “claro sinal de esperança da vitória do partido nas Eleições Europeias de 7 de Junho” e que o cabeça-de-lista, Paulo Rangel traduziu como uma “vontade efectiva de mudança”. Os discursos, incisivos, quiseram marcar a diferença em relação aos “ataques fúteis” que têm vindo da lista dos socialistas, mas não deixaram de elencar certas atitudes “intoleráveis” por parte do Primeiro-Ministro, enquanto governante e Secretário- Geral do PS.
Depois de uma arruada de sucesso além do expectável em Braga, onde o candidato pelo Minho, José Manuel Fernandes, acompanhado por uma extensa comitiva nacional e local de jovens da JSD e elementos das secções políticas foi o anfitrião de Manuela Ferreira Leite e Paulo Rangel, a festa laranja em Barcelos acabaria por começar um pouco além do previsto, num atraso que, ainda assim, não beliscou a mobilização para o local, mesmo com algumas dificuldades de acesso à cidade barcelense.
Particularmente emotivo foi o discurso do candidato do Minho, José Manuel Fernandes que dedicou uma mensagem especial aos vilaverdenses, presentes em massa, antes de intervir sobre temas que lhe são caros e com os quais os minhotos se identificam, desde a importância do desenvolvimento rural, à união, artesanato, gastronomia, que corporizam a vontade deste social- democrata de ser uma mais- valia efectiva na resolução de algumas fragilidades da região e do aproveitamento das suas potencialidades, com a ajuda dos apoios comunitários.
Vincando o orgulho de fazer parte da lista liderada por Paulo Rangel, que considera “uma figura de grande inteligência, ética e carisma”, o candidato repudiou a forma de fazer política dos socialistas, que considera “incendiária, provocadora e pouco proveitosa”, numa altura em que “o País tanto precisa de ideias”. “Este Governo precisa de um cartão vermelho e estas eleições são a oportunidade para o mostrar”, disse, passando a palavra ao cabeça-de-lista, que acusou as “futilidades e fait divers” com que o PS tem caracterizado a sua mensagem política, “desprezando a crise”.
“Nós aqui não precisamos de jogos de espelhos para fazer parecer superior o número de pessoas neste comício”, ironizou, centrando depois os seus reparos ao aumento da Taxa Social Única, na ordem dos 2, 8 %, que penalizará as instituições de solidariedade numa fase em que a pobreza se acentua. “O Banco Alimentar aumentou a sua actividade em 127%”, referiu, a título de exemplo.
A líder do PSD insistiu na qualidade da lista do partido, do qual se orgulha e não deixou de criticar o facto de o Primeiro- Ministro ter deixado o seu gabinete para “tomar conta dos seus candidatos”. “Não sendo ele um candidato, teve de deixar de resolver os assuntos do País e ir tomar conta dos seus candidatos que dizem uma coisa e depois dizem outra contrária e tomam posições que ele dificilmente pode assumir publicamente”. “Alguns dizem que não tem vergonha da sua lista, eu orgulho-me da nossa. Os nossos candidatos não insultam ninguém”, reiterou.
Enquanto Sócrates tenta manter a aparência de coesão, vai tomando medidas “intoleráveis”, como aquela que Ferreira Leite considera um ataque à vida privada dos cidadãos, com a aprovação dos dísticos de identificação para “todos os veículos com rodas”, que permitirá saber “onde vai e de onde vem cada um dos portugueses”. “Os Países da Europa reprovaram esta medida, aqui aprovaram-na. Espero que os portugueses não deixem de se fazer ouvir sobre isto”, apelou. A presidente do partido questionou-se ainda sobre os efeitos práticos dos milhões de euros de fundos, cujos efeitos práticos não se vêem no País. “Onde estão, serviram para quê e apoiaram quem?”, inquiriu.







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