quarta-feira, 18 de novembro de 2009

JSD Solidária com Estudantes do ensino Superior


Milhares de estudantes do superior enchem as ruas na primeira manifestação contra o novo Governo.
Foram cerca de três mil os alunos do ensino superior que marcharam ontem desde a Cidade Universitária até ao Palácio das Laranjeiras, sede do Ministério da Ciência e Ensino Superior, em Lisboa, reclamando mais e melhor financiamento para os estabelecimentos e um alargamento da Acção Social Escolar, naquela que foi a primeira manifestação popular contra o novo Governo. O protesto culminou com uma reunião entre nove representantes de diferentes associações e federações académicas de todo o país, o secretário de Estado Manuel Heitor e o ministro da tutela Mariano Gago.

Os estudantes marcharam até ao Palácio das Laranjeiras, em Lisboa

"Estou aqui tanto pelo projecto de Bolonha, a sua mercantilização e necessidade de especialização como pelo valor das propinas, que é gritante", refere Rafael Martins, estudante da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ao lado de Rafael estão milhares de alunos que acreditam que deve existir uma grande ponderação relativamente a todas estas questões. "As medidas não podem ser tomadas precipitadamente e esta manifestação é isso. Pedimos uma pausa para pensar, reflectir sobre tudo isto", conta ao PÚBLICO, Tessa Silva. É de Tavira, mas estuda em Coimbra com a irmã. "Os meus pais estão comigo nesta luta, são eles que sentem as dificuldades ao fim do mês", diz a aluna.

A JSD divulgou ontem um comunicado, no qual manifestou a sua solidariedade para com a luta dos estudantes.

"Há uns anos disseram que as propinas iriam aumentar a qualidade de ensino, tal não se verificou. As condições não melhoraram e até pioraram e foi isso que aqui viemos hoje dizer", comentou Jorge Serrote, presidente da Federação Académica de Coimbra à saída do encontro com o ministro e o secretário de Estado da tutela.

Mariano Gago, na mesma ocasião, reafirmou a sua intenção de "aperfeiçoar o sistema de bolsas de estudo e de acção social escolar", referindo que os estudantes "têm um conhecimento directo das situações e portanto o seu contributo é bem-vindo", justificando assim a ronda de reuniões que desde o dia 5 de Novembro iniciou com vários dirigentes de associações académicas com vista ao estabelecimento de um Contrato de Confiança com o sistema de ensino superior. "Não é possível que todos tenham possibilidade de ser bolseiros, seria uma distorção de prioridades. Famílias que não precisam de apoios suplementares não os devem receber", referiu o ministro, assumindo que "existem ainda alunos que não entram no ensino superior porque, dado o grau de carência das suas famílias, nem sequer consideram essa hipótese".

Sem comentários: