Estudantes estão preocupados com a prática vigente em algumas escolas, onde ex-polícias estão a recolher informações sobre manifestações e outras formas de protesto, que depois enviam para o ministério da Educação.
Na ressaca da cena de violência contra uma professora, reprimem acção de colega e dizem que «novo estatuto do aluno não resolve nada»
No Dia do Estudante, surgem mais motivos de apreensão. Juntando a sua voz aos professores, os estudantes queixam-se do ambiente de desconfiança vivido nas escolas e alegadamente fomentado pelo próprio Ministério da Educação. Os alvos das críticas são agora os vigilantes, que se encontram normalmente à entrada das escolas, e que poderão estar a servir de informadores.
Quem o denuncia é a Plataforma Estudantil «Directores Não». «Estamos a falar de pessoas que todos nós conhecemos e que tratamos pelo nome. Têm mais de 65 anos, são antigos elementos das forças da ordem e que, há algum tempo para cá, estão a preencher relatórios, que depois são enviados para o Conselho de Segurança ou para as Direcções Regionais de Educação. Sempre que existe um protesto de um aluno, seja a vestir-se de negro ou a colocar um cartaz, é imediatamente identificado e essa informação é canalizada para o Ministério», contou ao PortugalDiário Luís Baptista, um dos elementos da Plataforma.
Na sua opinião, «esta até é uma situação conhecida, mas que tem de ser denunciada», porque os alunos começam a sentir menos liberdade na sua acção cívica. O próprio Luís, que também é representantes dos estudantes no Conselho Pedagógico da Escola Secundária de Camilo Castelo Branco, em Carnaxide, já foi alvo deste tipo de diligências:
«Na última manifestação, a 31 de Janeiro, fui identificado e posteriormente tive conhecimento de que existia um documento com essas informações. O mesmo aconteceu com outros alunos, com um relatório elaborado e enviado para os locais que referi anteriormente. Estas pessoas estão a tornar-se a Pide do ministério, gerando um clima de bufaria, pois relatam todo e qualquer detalhe, recolhendo até os cartazes que são colocados à porta da escola. Depois, surgem processos em tribunal, precisamente com essas informações».
«Situação conhecida
A contratação de ex-polícias para fazerem a vigilância de escolas é caso conhecido pela Associação Sindical de Profissionais de Polícia. «Sabemos que existe essa prática, pela experiência que essas pessoas acumularam ao longo da sua vida profissional, mas desconhecemos que estejam a servir de informadores para outras situações», revelou o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues.
Estatuto do aluno não ajuda
A Plataforma «Directores Não» surgiu a 9 de Fevereiro, tendo como intenção primordial contestar o novo modelo de gestão das escolas. Os estudantes juntam-se aos professores na contestação, considerando que o modelo irá «prejudicar» a prática escolar, porque será menos democrático, centrando grande parte das decisões na figura do director de escola.
Mas, no dia do Estudante, a Plataforma não deixa de reflectir sobre outras mudanças em curso no sistema, como o novo estatuto do aluno. Ainda na ressaca da situação vivida na Escola Carolina Michaelis, onde uma aluna brutalizou a professora («claro que não podemos estar de acordo com esses comportamentos»), a Plataforma avisa que «os estudantes não se vão deixar intimidar», embora percebam que existe uma intenção de «radicalizar posições».
«Não podemos estar de acordo com o novo estatuto, porque existe uma tendência de tratar os alunos como criminosos. Por exemplo, a partir de agora, sempre que existir um problema, o aluno pode ser suspenso durante cinco dias sem que seja dada qualquer explicação aos pais. E ainda lhe retiram a oportunidade de participar nas actividades extra-curriculares, quando essas ainda são as que conseguem manter alguns alunos dentro da escola. Não vem resolver nada», contesta Luís Baptista.
Na ressaca da cena de violência contra uma professora, reprimem acção de colega e dizem que «novo estatuto do aluno não resolve nada»
No Dia do Estudante, surgem mais motivos de apreensão. Juntando a sua voz aos professores, os estudantes queixam-se do ambiente de desconfiança vivido nas escolas e alegadamente fomentado pelo próprio Ministério da Educação. Os alvos das críticas são agora os vigilantes, que se encontram normalmente à entrada das escolas, e que poderão estar a servir de informadores.
Quem o denuncia é a Plataforma Estudantil «Directores Não». «Estamos a falar de pessoas que todos nós conhecemos e que tratamos pelo nome. Têm mais de 65 anos, são antigos elementos das forças da ordem e que, há algum tempo para cá, estão a preencher relatórios, que depois são enviados para o Conselho de Segurança ou para as Direcções Regionais de Educação. Sempre que existe um protesto de um aluno, seja a vestir-se de negro ou a colocar um cartaz, é imediatamente identificado e essa informação é canalizada para o Ministério», contou ao PortugalDiário Luís Baptista, um dos elementos da Plataforma.
Na sua opinião, «esta até é uma situação conhecida, mas que tem de ser denunciada», porque os alunos começam a sentir menos liberdade na sua acção cívica. O próprio Luís, que também é representantes dos estudantes no Conselho Pedagógico da Escola Secundária de Camilo Castelo Branco, em Carnaxide, já foi alvo deste tipo de diligências:
«Na última manifestação, a 31 de Janeiro, fui identificado e posteriormente tive conhecimento de que existia um documento com essas informações. O mesmo aconteceu com outros alunos, com um relatório elaborado e enviado para os locais que referi anteriormente. Estas pessoas estão a tornar-se a Pide do ministério, gerando um clima de bufaria, pois relatam todo e qualquer detalhe, recolhendo até os cartazes que são colocados à porta da escola. Depois, surgem processos em tribunal, precisamente com essas informações».
«Situação conhecida
A contratação de ex-polícias para fazerem a vigilância de escolas é caso conhecido pela Associação Sindical de Profissionais de Polícia. «Sabemos que existe essa prática, pela experiência que essas pessoas acumularam ao longo da sua vida profissional, mas desconhecemos que estejam a servir de informadores para outras situações», revelou o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues.
Estatuto do aluno não ajuda
A Plataforma «Directores Não» surgiu a 9 de Fevereiro, tendo como intenção primordial contestar o novo modelo de gestão das escolas. Os estudantes juntam-se aos professores na contestação, considerando que o modelo irá «prejudicar» a prática escolar, porque será menos democrático, centrando grande parte das decisões na figura do director de escola.
Mas, no dia do Estudante, a Plataforma não deixa de reflectir sobre outras mudanças em curso no sistema, como o novo estatuto do aluno. Ainda na ressaca da situação vivida na Escola Carolina Michaelis, onde uma aluna brutalizou a professora («claro que não podemos estar de acordo com esses comportamentos»), a Plataforma avisa que «os estudantes não se vão deixar intimidar», embora percebam que existe uma intenção de «radicalizar posições».
«Não podemos estar de acordo com o novo estatuto, porque existe uma tendência de tratar os alunos como criminosos. Por exemplo, a partir de agora, sempre que existir um problema, o aluno pode ser suspenso durante cinco dias sem que seja dada qualquer explicação aos pais. E ainda lhe retiram a oportunidade de participar nas actividades extra-curriculares, quando essas ainda são as que conseguem manter alguns alunos dentro da escola. Não vem resolver nada», contesta Luís Baptista.
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