segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

A reforma do Sistema Nacional de Saúde em Portugal


Nos últimos meses temos sido “invadidos”, através da comunicação social, com notícias de vigílias e manifestações de protesto, contra a reforma do Sistema Nacional de Saúde (SNS), por culpa das medidas poucas acertadas e injustas do Governo, nomeadamente o Ministério da Saúde.
Medidas estas impostas pelo ministro da Saúde, António Correia de Campos e agora seguidas pela nova ministra, Dra. Ana Jorge.
São portanto vários os motivos, pelos quais a Juventude Social-democrata de Fafe, repudia as medidas tomadas pelo actual Governo na área da Saúde.
Há dois anos atrás, foram extintos serviços de neonatologia, ginecologia, obstetrícia e pediatria e o encerramento de maternidades nos hospitais públicos, que mesmo depois dos vários protestos das populações foram encerradas pelo Governo, sem que as pessoas fossem ouvidas. Agora encerram urgências, com a mesma arrogância e prepotência. Mediadas estas que em nossa opinião criam enormes desigualdades sociais no nosso país, nomeadamente nas populações mais pobres e desfavorecidas. Com estas atitudes o Governo está a criar profundas discrepâncias no acesso aos cuidados de saúde por parte das populações mais pobres e mais idosas, sendo estas as que necessitam de acesso emergente aos cuidados de saúde. É irreal pensar, em pleno século XXI, as pessoas que vivem em Trás- Os –Montes ou Alentejo, não têm o mesmo acesso aos cuidados de saúde, das pessoas que vivem numa cidade como o Porto ou Lisboa. De facto um paradoxo, se tivermos em conta os objectivos da criação do Sistema Nacional de Saúde em 1979 em Portugal, que eram a igualdade e universalidade da prestação de cuidados de saúde, a que todos os cidadãos tinham acesso. Portanto, com este Governo implementação da igualdade e universalidade da prestação de cuidados de saúde sofre um retrocesso.
Na nossa opinião a mudança de Ministro no Ministério da Saúde, não vem alterar em nada esta situação. Aliás como foi anunciado pela nova ministra da Saúde, Dra. Ana Jorge o processo da reforma do Sistema Nacional de Saúde, continuará em curso e já não voltará para trás.
Com tudo isto, o encerramento de vários serviços de saúde pelo país, apenas vieram aumentar o caminho percorrido pelos utentes nas estradas, o dobro ou o triplo das distâncias que eram anteriormente percorridas, aumentando assim o tempo de deslocação até à urgência mais próxima. Com o fecho das urgências não foi também assegurado o bom funcionamento dos serviços de cuidados pré hospitalares, nomeadamente ao INEM. Ou seja sendo esta mais uma grande trapalhada desta reforma. É inadmissível que se fechem urgências, sem primeiro assegurar que os cuidados pré hospitalares estejam garantidos nas plenas condições.
Para este Governo reformar, significa desqualificar hospitais, diminuir o número de urgências médico – cirúrgicas, retirar os serviços de saúde próximos das pessoas, independentemente da necessidade que as populações têm deste. No nosso entender este Governo deveria com humildade ter discutido com as populações, autarcas e parlamento, soluções mais adequadas, mas não o fez. Como se tem verificado ao longo da sua governação, as medidas são implementadas de forma arrogante e descoordenada. Ao que sabemos, pela comunicação social local, a Juventude Socialista de Fafe, organizou um debate sobre a Reforma do Sistema Nacional de Saúde, em que as principais conclusões de lá retiradas, são que todos os presentes estavam em concordância com esta reforma descabida. É lógico que num debate organizado por elementos do Partido Socialista, com assistência socialista a conclusão é óbvia.
Lamentamos portanto que este debate não tenha sido alargado a toda a população de Fafe, para que todos os cidadãos deste concelho pudessem exprimir de forma a sua opinião acerca da temática, nomeadamente as dúvidas que persistem em relação ás urgências dos Hospital de S. José em Fafe. Ao que sabemos o sr. Presidente da Câmara, garante que as urgências vão continuar em funcionamento até às eleições, portanto uma garantia, no mínimo um pouco duvidosa.
Com tudo isto a JSD Fafe, mostra o seu desagrado com este Governo autoritário, que usa a prepotência na implementação das suas mediadas, cada vez mais potenciadoras de desigualdades sociais.
O acesso à saúde é um direito que assiste a toda a população, mas com este tipo de medidas, este é seriamente posto em causa.

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