sábado, 13 de fevereiro de 2010

Congresso do PSD para 13 e 14 Março e eleições a 26


O Conselho Nacional do PSD aprovou esta noite para 12 e 13 de Março o Congresso Extraordinário e marcou eleições directas para o dia 26. O calendário foi aprovado por larga maioria, tendo os três candidatos à liderança do partido ficado satisfeitos com as decisões que saíram da reunião que se prolongou até às três da madrugada.

Entre as decisões tomadas pela cúpula social-democrata ficou também agendado para 9, 10 e 11 de Abril um congresso electivo, reunião durante a qual serão eleitos os novos órgãos do partido.
De acordo com o secretário-geral do PSD, Luís Marques Guedes, o calendário que saiu da reunião na São Caetano à Lapa foi aprovado "por larga maioria". O congresso extraordinário, fruto de um requerimento promovido pelo ex-presidente do partido Pedro Santana Lopes, e o congresso electivo estão marcados para Lisboa, acrescentou.

À saída da sede nacional, em Lisboa, o vice-presidente do PSD Manuel Castro Almeida esclareceu ainda os jornalista de ocorreu "um grande consenso no sentido de que quaisquer alterações que possam ser aprovadas no próximo congresso sobre os estatutos do partido no que diz respeito à eleição dos órgãos nacionais do partido só terão vigência para outras eleições que não as próximas", pelo que "as próximas directas no partido decorrerão de acordo com as regras actualmente em vigor".

Manuela Ferreira Leite mantém lugar no Parlamento
Á saída do Conselho Nacional, a ainda líder do PSD declarou que sai com sensação de dever cumprido, uma vez que cumpriu todos os objectivos a que se propôs na liderança do partido, e garantiu que continuará a exercer as funções de deputada.

Deixo a presidência do PSD "com a sensação de dever cumprido, tendo cumprido todos os objectivos a que me propus quando me candidatei à liderança do partido", declarou aos jornalistas, acrescentando que "o Conselho correu bem, todos falaram, falaram de uma forma muito equilibrada e construtiva, e isso é importante para o partido".

Rangel aponta "ideias claras" e ruptura para ganhar eleições
O deputado europeu Paulo Rangel sublinhou à saída da sede do PSD que são as "ideias claras" e não a "falsa unidade" que fazem ganhar eleições, como aconteceu nas europeias de 2009.

À questão dos jornalistas acerca da proposta de união com que José Pedro Aguiar-Branco, adversário na corrida à liderança, apresenta a sua candidatura, Rangel respondeu que "o partido precisa de unidade, não dividir elites e bases, não fazer divisões territoriais, não fazer divisões regionais".

"Mas aquilo que sempre foi a marca de água do PSD, aquilo que fez com que o PSD fosse um partido vencedor, aquilo que faz ganhar eleições - e eu sei do que falo porque ainda recentemente ganhei umas - são as ideias claras, é a afirmação de um projecto claro, é a clarificação, não é a falsa unidade", declarou Paulo Rangel, rejeitando o epíteto de "candidato da continuidade" da actual direcção social-democrata.

Àqueles que o pretendem colar a Manuela Ferreira Leite, Paulo Rangel deixou que é "um candidato de ruptura e toda a gente sabe disso, basta ouvir as minhas propostas, as minhas ideias, basta ver a forma como eu as afirmo".

E retomando a linha de discurso com que apresentou a sua candidatura, Rangel reiterou que "o país precisa de uma grande ruptura", e que quer fazer essa "ruptura com os imobilismos e com os interesses instalados na sociedade portuguesa".

Aguiar-Branco contrapõe com "grande sentimento de unidade"
José Pedro Aguiar-Branco, último nome a perfilar-se para a liderança social-democrata, disse na São Caetano à Lapa que os portugueses exigem ao seu partido "um grande sentimento de unidade", mote que deverá conduzir a sua candidatura.

"É importante que o PSD esteja acima de sensibilidades e de facções, acho que os portugueses exigem isso do PSD, um grande sentimento de unidade", defendeu Aguiar-Branco à entrada para a reunião do Conselho Nacional, esta noite.

Considerando ser "preciso uma harmonia em que, reformando, se consiga fazer uma reforma tolerante e firme", o actual líder da bancada parlamentar laranja acredita que, havendo a noção de que "o PSD anda unido, também é possível que una os portugueses, numa sociedade que nos últimos quatro anos viveu muito crispada, muito em conflito entre Governo e diversos sectores da sociedade".

Numa resposta às propostas lançadas por Rangel, Aguiar-Branco afirmou que "há os que querem mudar, os que querem romper, eu, em concreto, proponho-me unir, porque acho que é importante que o PSD neste momento se apresente unido e com coragem, para se apresentar como uma alternativa credível ao Governo do PS".

Passos Coelho quer "clarificar" para deixar PSD preparado para governar
Pedro Passos Coelho, o primeiro social-democrata a apresentar-se como candidato à liderança, disse ontem aos jornalistas que é sua percepção que "o actual Governo parece apenas estar à espera de um golpe de misericórdia", o que obriga o seu partido a preparar-se rapidamente para governar.

À entrada para o Conselho Nacional na sede nacional, Passos Coelho afirmou que "estamos a chegar a um momento em que o actual Governo parece apenas estar à espera de um golpe de misericórdia. E eu espero que o país perceba que o PSD estará rapidamente em condições de poder oferecer ao país um tempo novo e um Governo novo de que o país está a precisar".

À posição do colega de partido António Capucho, que ontem defendeu a saída imediata de José Sócrates, Passos Coelho contrapôs que, para já, o PSD precisa de "arrumar a casa".

E Pedro Passos Coelho esgrimiu ainda argumentos com a candidatura de Aguiar-Branco, ao responder ao repto dos jornalistas quando questionado sobre a "proposta de união" do líder parlamentar, insistindo que o item "clarificar" é o mais importante no processo de escolha da próxima liderança.

"Primeiro, nós precisamos de saber o que é cada um defende. Depois, então, devemos fazer a união do partido. No dia a seguir às eleições temos de estar todos do mesmo lado a apresentar um projecto comum para o país, e é isso que eu tenciono fazer", explicou.

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